Repensando o federalismo no Brasil

RESUMO

A autonomia está na base da conexão das universidades com a sociedade (PLENCOVITCH, 2015, p. 69-86). O conceito de autonomia é conhecido e envolve as capacidades de governar a si próprio e de definir suas próprias normas. A autonomia universitária se coloca principalmente em vista das liberdades acadêmica, de ensino e de investigação. Falar em autonomia é contemporâneo ao próprio nascimento do termo universidade: corrente ao menos desde 1219, ele se referia a uma instituição que tinha liberdade para gerir o recrutamento de seus membros. Aos modelos de Paris (governados pelos professores) e Bolonha (governados pelos alunos) seguiu-se um período de decadência próximo às revoluções. Em 1809, a fundação da Universidade de Berlim representou a ascensão do modelo humboldtiano, que abraçava a unidade entre investigação e docência, a liberdade de ensino e o autogoverno universitário (PLENCOVITCH, 2015, p. 74). Tal modelo teve impacto mundial. No século XXI, países ibero-americanos vão ser marcados pela expansão universitária com inclusão social e o aprofundamento da internacionalização da educação. Veremos que o Brasil apenas será atingido pelo impacto das universidades no século XX. Não deixa, portanto, de ser curioso que, para um país que enfrentou diversos períodos de flagrante autoritarismo combinados com períodos democráticos em que aquela sombra não desapareceu, as universidades tenham demorado a aparecer. De fato, elas significam a possibilidade de crítica que pode levar a mais cidadania e dissenso em relação a governos pouco acostumados às ideias democráticas.

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