Modo de produção econômica largamente adotado pelos países contemporâneos, o capitalismo origina-se no findar do medievo. Partindo de seus primórdios, uma breve contextualização histórica é apresentada no presente artigo, a fim de compreender um de seus lados perversos, bem como o surgimento de uma de suas malfadadas consequências: a espiral recessiva, extremamente criticada e debatida nas obras de Weber e Marx. Posto isso, relaciona-se a ocorrência de ciclos econômicos recessivos e seu agravamento, decorrente das consequências da atual pandemia de COVID-19, assim como as medidas tomadas pelo Governo brasileiro visando atenuar os prejuízos na saúde e, principalmente, na economia.

ORIGEM DO CAPITALISMO E DAS CRISES CÍCLICAS DE SUPERPRODUÇÃO

O capitalismo surgiu com o fim do sistema feudal e o advento de uma nova classe dotada de poder econômico, a burguesia. Esta passagem se deu por meio dos cercamentos e expropriações de terras realizadas pelos senhorios, Monarquia Nacional e Parlamento Inglês, que romperam com a estrutura agrária feudal e deram origem às propriedades privadas – instituição fundamental do capitalismo – e, consequentemente, a um grande contingente de pessoas desempregadas vindas do campo. O resultado disso foi a perda dos meios de produção por parte dos servos, transformados em operários nas manufaturas que surgiam, podendo vender apenas sua força de trabalho. Desse modo, ocorre o início do capitalismo, denominado por Marx como acumulação primitiva.